Dança descoordenada, solta e presa.
Não se consegue libertar das restrições, do peso, dos outros.
Do olhar dos outros.
Da censura e do olhar reprovador.
Ouve-se um riso ao fundo.
A principio ela não percebe porquê,
só depois se apercebe que está já no chão,
que caiu e não viu o fundo, não viu o chão,
nem sequer sentiu a queda, nem sequer sentiu as pernas.
Sentiu, apenas, isso sim, o riso de troça dos outros.
Ao levantar-se parte de si fica para trás, a princípio não se apercebe.
Só quando está já no fundo da sala, cambaleia e cai novamente.
Aí roga pragas a si, à prótese e ao inferno.
Já não consegue sequer voltar…
fecha a porta com delicadeza, sai e corre.
Descoordenada, solta e presa ao mesmo tempo.
...
Xuanita©
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