17 setembro 2013



"O amor é coisa de gente, é um soluço
presente, é algo que nunca vem; quando
se acha, a si mesmo se perde; quando se
vê, já não mais se tem; é o tudo que é nada
que é tudo.
Não adianta chorar as pitangas, sabemos
onde as lágrimas não vão dar.

Não há espelho ou máquina que
o amor retrate, 
quem vai querer comprar tomate?"



16 setembro 2013

Une petite análise autour des sentiments


Un ressentir bizarre.. Quelque chose que depuis samedi aprés-midi je sais pas oú mettre. J'aimerais comprendre ce putain d'angoisse autour de moi. Des mots dans ma tête qui me disent "non, il faut pas aller par lá... non, tu étais dejá lá, et il t'a fait malheureuse".

Oui, je sais. Vous avez tous raison.

"Mesdames et Monsieurs,

Je voudrais vous parler des hommes qui j'aime....  Fin."

10 setembro 2013





Insatisfação.






Ânsia.









Ontem

Extratos do Diário de Viagem ao Brasil.
Como se fosse ontem.

"Recife,
31 de Julho de 2013
a meio da tarde

Por momentos perdi-me de mim. Por momentos saí, esbaforida, tonta, tentando encontrar um apoio, um vício, algo que me anestesiasse. Não sei porque estou aqui. Não sei porque é que de repente voltou a ter tanta importância para mim. Não, não quero. "Estou lúcido como se estivesse para morrer". Por vezes duvido de mim e não quero. Quero estar segura e certa. Firme e confiante como fui até aqui. Até hoje. Esta confiança é tirada a ferros, é forjada, é falsa. Eu não sou o que sou nem creio no que sou. Eu que sou o que não sou. Viver como? Para quem? Para mim. É o que quero aprender a ser e a fazer. 
Agora, hoje, aqui em Recife, à frente deste rio com esta brisa morna nos cabelos o que me dói é o passado. O passado inútil como um trapo. O passado amarrotado e atirado no caixote do lixo a troco de nada. Nestes últimos tempos, tenho-me confiado à vida, tenho aceitado o que a vida me dá e me tira porque até aqui tudo tem feito sentido e tudo se tem conjugado da melhor forma. Penso que hoje vi o que deveria ter visto, li o que deveria ter lido para poder cortar as pontas e dar o nó necessário. Tenho que aprender a dar nós e a afogar solidões. Tenho que viver para mim. Ainda me estou a descobrir, ainda estou a tentar ver quem eu sou e para onde vou... Achei que estava no caminho certo. Perdoar?
Aqui tudo é mais forte. Aqui tudo é poesia. Aqui todos trazem poesia dentro de si. Fico até domingo. Depois preciso libertar-me. Quero voar sozinha. Preciso de estar sozinha. Ontem, a vaguear pelo velho Recife senti que pertencia aqui. Muitas vezes no Brasil tenho sentido que pertenço aqui. Para o ano venho para cá. Preciso de sair daquela Europa cinzenta e aniquilante. Quero ver e viver a Bolívia e o Chile. Mais do que de lá, eu sou de cá. Uma vez mais escrevendo sobre isto sinto que há pontas que se atam, pontas soltas, perdidas que se encontram. É como se tudo fizesse sentido e eu tivesse achado um lugar para ficar. Não posso continuar a tentar encontrar pontos de abrigo nos outros. Eu sou o meu ponto de abrigo. Eu sou o meu mar morto e o meu mar alto. Eu.
Continuo grata à vida por estar aqui. Continuo a sentir-me abençoada. Preciso apenas de estar sozinha, nada mais. Estar apenas comigo. "Só me encontro quando de mim fujo". É nesta fuga constante, diária talvez, que me tento encontrar, que me tento sentir. Sentir-me. Como a mulher que beijava os seus lábios encontrando em si mesma lugar/prazer infinito"

"Olinda, 3 de Agosto de 2013
10h30

Dor de cabeça. Se me dói é porque está aqui, não é? E porque é que eu a sinto tão longe? Habita em mim uma angústia estranha, bizarra, como se por dentro, neste momento, toda eu fosse migalhas de um pão seco, bolorento deixado a um canto. Subitamente silêncio, durante alguns segundos um silêncio profundo e apenas o som do vento nas árvores. Há um espanta-espíritos que toca em si uma linda melodia chinesa, na chaise longue um gato que dorme majestoso como se fosse o dono do mundo, num canto um incenso que liberta cheiros milenares. Do lado de fora um barulho estridente de pássaro, o gato que acorda e a melodia chinesa que pára. Queria levar tudo isto comigo. Queria poder reproduzir tudo isto e poder viver isto comigo e para mim. Preciso de uma casa, de um lar, de um poiso. Até quando este nomadismo e errância sem fim? Até quando o desprendimento às coisas e aos seres? De noite os mosquitos comem-nos vivos e ainda por aqui andamos. Não sei como."

"Viagem de João Pessoa para Natal,
8 de Agosto
A hora do Trem Passar - Raúl Seixas 

Às vezes a alegria é tanta que acho que o peito não vai aguentar... Compreendo tantas coisas agora: a viagem, o desapego, a descoberta, a estrada... tudo é perfeito e se conjuga e completa entre si! 
"Jogar meu corpo no mundo"
"esse meu coração que é tão vagabundo"


09 setembro 2013

Com os limões que a vida lhe ia dando Já não sabia como fazer limonada Usava-os para beber shots de tequila. O açúcar foi sendo progressivamente substituído por sal. Salgou-lhe a vida e o paladar.