Enquanto não há amanhã e só temos o hoje... escrevemos, divagamos, deambulamos, refletimos, vagabundeamos pelas palavras, pelos sentidos e pelo mundo.
24 novembro 2006
vida que nos suga para as suas entranhas e nos dilacera ate a dor roer o osso... e até o osso ranger um no outro e rasgar a carne... até a dor ser implacável e nos abafar os sentidos... até não vermos, não ouvirmos, ate não conseguirmos sentir o toque das mãos, da rosto, dos dedos...
a vida que nos convence que é bela, pregando-nos partidas através de paisagens chocantes, avassaladoras e que nos arrancam o fôlego....
a vida... essa... rouba-nos a vida... o sopro que nos faz respirar...
a vida... fuma-nos a alma, apredeja aquilo que de bom ha em nós...
inútil... porque existes?... porque teimas em acreditar que tudo é belo... nada o é... nunca o foi... nunca será...
a vida é suja e inútil... que nem um trapo...
20 novembro 2006
Comptine D'un Autre Été: L'aprés midi by Yann Tiersen
"Comptine d'un autre été (l'après midi)" é da autoria de Yann Tiersen e está incluída na banda sonora do filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" que é um dos filmes da minha vida. A banda sonora essa é lindissima. Falar sobre a Amélie é impossível. Só mesmo vendo o filme é que captamos a essência dessa personagem tão cativante. Vejam.. e deliciem-se!..
A música... só por si é belissima... toca bem lá no fundo...
16 novembro 2006
06 novembro 2006
A Solidão das árvores, é assim o nome desta fotografia que encontrei algures pela internet.
As árvores sentem-se sozinhas?... nunca pensei em tal coisa... mas esta foto leva-nos a pensar nisso e a questionar e a admirar meia dúzia de árvores perdidas num bosque, uns bancos e uma bruma densa, espessa quase que baça.
Árvores inertes, presas à terra que as gerou e que as criou, sem se poderem mover, deslocar, mexer.. apenas deslizar ao som do vento, apenas respirar e lançar um sopro de sombra e ocultar a luz e o calor que as assassinam.
Árvores velhas, cansadas que sofrem. Que querem ser livres e que querem aprender a dançar, mas não podem. Porque a terra que as gerou não as deixa mexerem-se. Eu acho que todos nós somos árvores, e ainda não tomamos consciência desse facto. Somos árvores e a maioria gosta de o ser, gosta de se sentir agrilhoado a algo que não sabe o que é, a algo que despreza porque o aprisiona mas que o gerou, criou e deu-lhes vida. É esse o nosso bosque. O bosque inerte, que apenas desliza, que oculta o sol e a luz mas que é seguro e onde tudo o que é puro e belo e genuino cresce e floresce. Eu preferia ser a folha que cai da arvore mas que é levada pelo vento para longe, para muito longe... e que voa e que dança e que sonha e que vive.. é essa folha que bebe da felicidade que a natureza lhe proporciona, é essa folha que vai algures apodrecer num manto de outras folhas velhas, sujas, amarrotadas mas felizes... felizes porque provaram o gosto doce da aventura, do vento e da felicidade que só uma folha de uma árvore sabe o que é.
Xuanita ®
6/11/2006
Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.
Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.
Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.
Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.
Amália Rodrigues