27 dezembro 2006

Ser forte...


"Ser forte...


Ser forte é amar alguém em silêncio.


Ser forte é irradiar felicidade quando se é infeliz.


Ser forte é tentar perdoar alguém que não merece perdão.


Ser forte é esperar quando não se acredita no retorno.


Ser forte é manter-se calmo no momento de desespero.


Ser forte é demonstrar alegria quando não se sente.


Ser forte é sorrir quando se deseja chorar.


Ser forte é fazer alguém feliz quando se tem o coração em pedaços.


Ser forte é calar quando o ideal seria gritar a todos a sua angústia.


Ser forte é consolar quando se precisa de consolo.


Ser forte é ter fé naquilo que não se acredita.


Por isso, mesmo diante da dura realidade e por mais difícil que a vida possa parecer: Ame-a e seja forte!"


Autor desconhecido


16 dezembro 2006


Só porque eu hoje queria estar longe...
Longe, e de mãos dadas...
só isto, mais nada...
E tudo seria perfeito!

13 dezembro 2006



Porque todos precisamos de sonhar...

Todos precisamos de acreditar... Que talvez um dia tudo seja mais fácil, mais bonito, mais puro...

Até lá vamos sonhando... com tudo, e com nada...

10 dezembro 2006

O Principezinho



"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu timidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incómodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um menino inteiramente igual a cem mil outros meninos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Aos teus olhos não passo de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
(...)

Mas a raposa voltou à sua ideia.
- A minha vida é monótona. (...) E por isso eu aborreço-me um pouco. Mas se tu me cativares, a minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. (...) O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens já não têm tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos. (...)

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. "
O Principezinho é um dos livros mais bonitos que li até hoje. É uma história contada por um adulto a várias crianças, ou por uma criança a vários adultos. A visão simples de uma criança a retratar o complicado mundo dos adultos, numa forma enternecedora e sincera como só uma criança pode ser.
Este capítulo toca-me particularmente... é certo que a frase "Tu tornas-te eternamente responsável por tudo aquilo que cativas" é das mais conhecidas deste livro, e também das mais citadas, mas eu acho que bem lá no fundo ninguém sente, vive ou põe em prática o sentido que está explicito na frase. Para mim resume toda uma atitude que precisamos adoptar perante a vida e perante os que nos rodeiam, cuidar, cativar e cultivar o nosso carinho pelos outros, pelos que nos são próximos, pelos que de alguma forma nos tocam ao coração.
À cerca do livro só posso dizer que me tocou como muito poucos.
Dedicado a todos aqueles que até hoje me cativaram e me fizeram cativa.